quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Um porre de futilidades

4 horas da manhã..
Apenas mais uma noite em claro sentada no bar.
Meus olhos, já vermelhos, quase não conseguem mais enxergar.
Acendo um cigarro e olho para fora, através da porta.
Mais um belo dia, mesmo que me sinta meio morta.
Sinto frio... E minha garrafa de conhaque já está no fim.
Derramo suas úultimas gotas em meu copo, e fico à tomá-las devagarinho.
Esse fundinho de bebida que me leva para o céu e inferno ao mesmo tempo, e me atrai e expulsa a todo o momento.
Ainda sinto o gosto de vomito vivo em minha boca.
Acendo mais um cigarro, e sinto que passarei o dia rouca.. Droga.
Tomo um gole da minha bebida, e olho para o velho relógio pendurado na parede.
4 e meia da manhã.. Sinto sede e tomo mais um gole da minha bebida.
Já é domingo faz alguma horas.
Domingo...
Sempre achei o pior dia da semana.
Mas acho que penso nele até com um pouco de carinho..
Pois lembro das tardes em família, quando éramos todos pequenininhos;
quando meu maior sonho era ser como meu pai;
quando era tão livre e despreocupada quanto o vento que vem e vai.
Não estou dizendo que sinto falta de casa, porque na verdade não sinto.
Eu não sei bem ao certo.
Talvez eu esteja tão fora de mim que só esteja falando coisas fúteis;
Ou talvez eu seja apenas mais uma alcóolatra que está bêbada, sentada num bar de esquina, resmungando e contando histórias inúteis.
Termino minha bebida numa só virada,
pego meu casaco saio para fora, e penso:
"A vida realmente é uma grande piada".








                                                                                                                       De novo.