sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Ano novo


Ano novo novo novo.
Cheio de promessas, desejos, e amor.

Mas olhando um pouco pra trás,
me pergunto, será que fizemos tudo o quê queríamos?
Será que fomos felizes?
Será que fizemos os outros felizes?

Bom, pode-se dizer que sim e que não.
Mas quem se importa? 
Afinal, temos agora mais um ano chegando então.

Mas não deixemos nossos objetivos para trás,
sendo simples ou complexos, ainda temos tempo,
vamos, vão, vá,
façam tudo o que podem fazer,
façam alguém sorrir, 
alguém sentir mais uma vez a alegria de viver, 
e por mais um ano agradecer.

Mesmo com arrependimentos, 
algumas vontades não realizadas,
alguns momentos de maus sentimentos,
talvez até grandes tormentos,
eu vos desejo um feliz ano novo.
E que 2012 não seja o fim, mas sim o começo,
de muitas outras vidas que estão por vir,
de encontros que estão para chegar,
de amores que estão para se formar,
de alegrias que vão nos alegrar,
de felicidades que por mais que às vezes parecem desaparecer, estarão sempre lá.





Um feliz ano novo, à todos.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Eu, criatura



Do pó e do vento,
da terra e da água,
do Sol e da Lua,
do dia claro, e da noite escura.


Do carvão ao diamante,
da semente à árvore,
da vida pra morte.


À procura da felicidade,
à procura da solidariedade,
à procura da cura...
Eu, criatura.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Traço do destino

Às vezes fazemos tantos e tantos planos,
só para no final nos perdermos em meio ao nosso próprio mapa.


Nos perdemos, nos encontramos,
nos perdemos, e nos encontramos de novo.


É engraçado o modo como a vida, e talvez o destino, 
traça nosso caminho.


Às vezes bom, às vezes ruim,
mas sempre inevitável, pois não importa o quê se faça,
mesmo sendo uma decisão própria,
foi traçado pela vida, 
foi um traço do destino.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Prováveis pensamentos do "Pensador"

Onde começa um círculo ?
Onde termina um círculo ?
Isso me lembra muito a vida...
Onde começa, é onde a mesma termina.
Ser ou não ser ?
Eis uma pergunta que domina.
Sempre devemos saber quem somos,
lição dada de filhos para filhos, e assim em frente.
Sentimos o vento, o Sol, a chuva, e a terra,
mas talvez não demos atenção o suficiente,
pra quem nos deu tudo,
desde o nascimento, até nosso perecimento.


Estas são poucas das questões da vida que circulam minha cabeça,
em meio ao consciente atento,
e o mundo sombrio onde, constantemente, vejo meus semelhantes morrendo.


Talvez eu deva dar mais atenção à vida fora de meu mundo.
Talvez sim, talvez não.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Dia belo


Que dia belo é este que se forma,
dentre as entranhas dessas nuvens cinzentas e carregadas,
surgem gotas d'água,
que logo se transformam em tempestade.


Que dia belo é este que se forma,
o vento gelado, bate em meu rosto,
derruba as folhas que se encontravam em minha mesa...


Dentro dos papéis ao ar, 
desenhos de paisagens...
Mas nada comparado ao que vejo agora.


Que dia belo é este que se forma,
nada igual com qualquer coisa que tenha visto ou desenhado.
Por isso, o assisto sem nada fazer,
para que nada dele eu possa perder,
para que eu possa admirar o vislumbre deste espetáculo que a Mãe Terra, e sua Filha Natureza, me proporcionam.


Talvez, para muitos, a descrição deste dia não seja algo tão belo como um dia de Sol,
mas como fala o ditado: "a beleza, está nos olhos de quem olha",
que dia belo é este que se forma.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Choro mudo



Eu ando pelas ruas, lotadas de pessoas.
Olho em seus rostos, mas nada vem deles.


Eu me sinto tão triste,
porque não vejo nada em seus olhos.


Eu estou tão cansada...
Tão cansada de me sentir insatisfeita e jogada.


Pois agora, todos os que amo foram embora;
pois quando viram o que hoje vejo,
eles caíram... Caíram, como eu estou caindo.


Enquanto a chuva desce,
eu, choro, choro;
e começo a gritar,
gritar, gritar,
mas ninguém parece escutar.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Diálogo

-Oh céus, o roubaram de mim!
-O quê te roubaram?
-A razão da minha vida, a alegria dos meus dias, o porque eu ria.
-Mas será que esta coisa quer dizer tudo isso mesmo?
-Tudo isso, tudo isso. Tudo isso e muito mais, era, além de alegria, minha concentração de paz.
-E agora, o quê farás?
-Já não o sei mais...
-Mas, afinal, tens alguma ideia de quem o poderia tê-lo levado?
-Bom, por mais incrível que pareça, a pessoa que me roubou, é o que me foi roubado.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O filósofo

Sentado.
Pensando.
Escrevendo.
Falando.
Imagina o porquê de sua existência,
contesta sua resistência.
Critica o ser humano pelo poder de pensar,
mas jamais o usar.


Escreve seus pensamentos,
sem sentimentos, nem raiva, nem amor.
Seus pensamentos, somente.
Pois sabe o quê diz,
ou pelo menos se faz por entender.
O sentido, quem deve dar, é você.


Sendo julgado por todos,
de coitado, e até louco chamado.
Somente por dizer o que acha, o que pensa,
fugindo do normal consenso.
Ele senta calmamente no banco da praça,
e dá migalhas de pão os pombos.
Já não se importa mais com tão pobres palavras vinda de tais pessoas,
que tão alto falam, mas nada realmente dizem.


Enquanto ele poder dizer o que pensa, os reais coitados serão eles.


Enquanto poder pensar e questionar, os reais loucos serão eles,
que podem, mas não querem, a cabeça usar.


Enquanto todos estiverem, na mídia acreditar,
e ele, for o único a contrariar;
não verá somente sol, terra e mar.
Verá muito, muito mais,
onde poucos podem enxergar.


Enquanto ele for o que é, e nada mais,
não será só mais um,
e sim, um a mais.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Mais e mais

Quanto mais recebo,
mais o quero.


Quanto mais o sinto,
mais me enlouqueço.


Quanto mais me possui,
mais o peço.


Quanto mais uso,
mais me sinto a mil.


Quanto menos penso,
mais me vicio.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Dúvidas em meu momento final


Enquanto deito em meu leito de morte,
vejo o sorriso estampado em seu rosto.
Dando meus últimos suspiros, ouço sua voz de desprezo.
Minha cabeça começa a dar voltas e voltas,
giros e mais giros.
E em meio a confusão,
mesmo com uma faca fincada em meu coração,
eu me pergunto, se você fosse eu, e eu fosse você,
o que você faria, o que eu faria?
O que diria? Do quê riria?
Eu,
gostaria que me dissesse,
gostaria que me aceitasse,
gostaria de estar em seu lugar,
para que eu me salvasse,
para que eu,
te salvasse.

domingo, 26 de junho de 2011

Eu, hoje


Hoje, estou na minha forma crua,
esperando pela marca que virá para me lembrar dos piores momentos,
de todos os meus quase esquecidos sofrimentos.


Hoje, tento enfrentar minha carne fraca,
preenchendo os buracos do meu peito,
com nada além de ilusão;
tentando disfarçar toda minha depressão.


Hoje, já não quero mais me ver.
Tenho medo, do quê, no espelho pode aparecer.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Soneto à viola

Asas negras,
detalhes claros,
cabelo de fogo,
e pele de mármore.

Grande formosura,
fala como uma bela melodia,
possuindo a mais perfeita simpatia,
e sendo, de uma inigualável postura.

Curvas das mais bem definidas,
olhar que inspira imaginação infinita.
E, quase sempre, levando à loucura os próximos.

Ah, minha doce rapazola,
por favor não pare de tocar,
de tocar essa bela viola.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Viagem



Hoje, não me sinto tão bem como ontem,

e nada comparado em como me sentirei amanhã.

Quero me sentir melhor,

então vamos, vamos até a casa de grama colorida, e céu esverdeado;

Visitar a senhora de unhas compridas, que vive em uma casa de brilhante telhado;

Perguntá-la pra que lado fica a cidade dos pássaros falantes.

Para que possamos na cidade entrar,

e assistir aos shows das fadas bailarinas, e conversar com os duendes em alto mar.

Um mar, de algodão doce e caramelo.

Vamos nos contagiar com a alegria do mar João.

E vamos nos amar, nos apaixonar, nos abraçar.

Até a hora que tivermos que voltar.

Tivermos que esperar.

Esperar, esperar, esperar.

Até a hora de regressar, voltar à chegar.

Para a velha senhora voltar.

Mas agora, para perguntar, por um novo lugar,

pois uma viagem, jamais se repetirá.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sou, humana.


Complico, explico, duvido.
Pergunto, questiono, respondo.
Amo, compreendo, divido.
Estranha, medonha, envergonha.
Chata, irritante, revigorante.
Divertida, idiota, retardada.
Thrash, "porra loca", chapada.

Sou o quê dizem que sou,
o que dizem que não sou.
Sou o que quero ser.
Sou o que você acha que eu sou.
O que falam que eu seja.
Sou aquela, ou aquilo, que talvez, qualquer um perceba...

Sou, humana.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Momento final


Há muito tempo, eu me lembro,
sentia, sofria, ria.
Durante muito tempo, chorava, me lamentava, me chateava.
Durante muito tempo, chorei, por te ver chorar.
Durante muito tempo, me enojava daqueles que a faziam lágrimas derramar...
E durante muito tempo, não percebi que estou, a "um deles" me tornar.

Por isso estou hoje aqui, depois de muito tempo,
nos meus  e seus sorrisos, várias lágrimas vendo.
Nas minhas e suas risadas, milhares de lamentos, tormentos.

E hoje, aqui estamos.
No fundo;
no final;
por último.

Gastando nossas últimas forças,
para tentar salvar, resgatar, o que tínhamos antes.
Mas agora, começo a ver, que o antes está tão longe, que quase deixou de existir.
E o pior, é que sinto que isso não foi só pra mim.

Talvez seja a hora de dizer adeus.
De dar o último abraço,
o último beijo,
o último olhar.

Talvez, esteja na hora da última lembrança compartilhar,


à terminar.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Desistência


Aqui vive a senhora tristeza,
deitada no divã da ilusão,
bebendo uma garrafa de vinho.

Olhando pro nada, além da escuridão.
Lamentando os erros de uma vida em vão.
Chorando, e se descabelando, esparramada no chão.

Já desistiu de tentar,
desistiu de se preocupar,
desistiu de sua existência, de seu ser.
Já desistiu... de viver.

sábado, 16 de abril de 2011

Quem sabe?



Talvez, quem sabe?
Como é ser alguém,
como é ter alguém,
para amar, abraçar, conversar.
Talvez tenha alguém.

Quem sabe?
Como é ser ninguém?
Como é o além?

Quem sabe?
Chorar de felicidade?
O efeito das drogas na ingênua mocidade?
Quem sabe?
Como é se afogar na multidão, que não tem piedade, nem compaixão?

Quem sabe?
Eu sei.
Eu sei que nada sou, além de rabiscos num caderno de um sonho mal sucedido,
e que há muito já foi completamente esquecido.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Mortes diárias


Novamente, no fundo do poço,
De novo, com a água no pescoço.
Mais uma vez me pergunto se dessa vez tenho saída,
uma viagem só de ida,
uma, e única partida,
pra bem longe daqui,
pra um lugar onde há muito não vi, esqueci.


Peço aos ventos que soprem embora minha dor, meu rancor.
E que se puder, me leve junto,
pro final do mundo,
para um buraco sem fundo.
E que não tenha ninguém lá,
só eu, à minha hora, esperar.


Peço às águas que meu corpo lave,
que meus pensamentos enxague,
que minhas memórias apague,
e que junto me leve,
para sempre me carregue,
entre os rios e mares.
Com uma morte, que mesmo lenta, breve.


Peço aos céus que sobre mim caia.
Choro para a terra, que debaixo de mim abra.


Eu só quero sumir. De novo.
De novo me vejo com esse sentimento, com esse tormento.
De novo me encontro, lentamente, por dentro, morrendo.
De novo, na minha mente, já morri.
E de novo, penso nisso, à sorrir.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Um drama qualquer

Luzes, câmeras, ação.
Tudo colorido, mas pra mim, "tudo" é só uma ilusão.

Minha vida não tem cores,
não tem amores, nem sabores.

Trabalho todo dia pro meu pão poder ganhar,
mas mesmo assim, mal consigo me alimentar.

Olho para o céu e vejo a imensidão sobre meu ser,
me pergunto se terei onde ficar depois de morrer.

Levantava antes meus braços para a figura de Jesus,
mas hoje, vejo que não passa de uma figura, e que não existe nenhuma luz.
E mesmo se tivesse, meu buraco é tão embaixo,
que da luz não chegaria nem um pequeno faxo.

Compaixão já morreu,
na imensidão desapareceu,
esperança escafedeu,
agora é apenas, eu mesmo e eu.

E não existe esse falso Deus.
Em que muitos acreditam e amam,
mas que eu, pro nele acreditar, e nele amar,
sempre só me fez sofrer, e ralar.

Mas faz parte,
coração quebrado, sempre se reparte.

Luzes, câmera, ação.
Morre ator principal, de fome, tristeza, e solidão.
Termina nosso drama, fecha com escuridão.

terça-feira, 1 de março de 2011

Imaginação


Aqui, qualquer um posso ser.
Desde o mais feliz dos homens, até o que não quer viver.


Posso ser o fiel Aramis,
mas também a selvagem Artemis.

Posso ser Medusa e Ares,
mas automaticamente virar o desprezado Hades.

Ser eu mesma, me tornar você,
milhares de vida viver.


Aqui, todos são, e podem ser.
Podem viver, morrer, e renascer.

Mas este mundo de leitura e imaginação,
é um labirinto de grande complicação,
onde o difícil não é a saída achar,
mas sim, a portar para poder entrar.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Calar-se


Palavras, milhares de sílabas, sons, significados.
Porém, nada se compara a imensidão de lados que tem os versos de milhares de poemas não recitados.
Como mudos tagarelos,
que com alguns gestos podem contar coisas de significados dos mais belos.
Ou como os mímicos talentosos,
pinturas que se movem,
e que mesmo sem nada falar, milhares podem representar, imitar.
Nos fazendo risadas dar, ou lembranças recordar.
É como o som do mais doce violino,
que com poucas e suaves notas,
nos transporta para os mais agradáveis pomares,
que nos faz voar como as mais rápidas aves,
sentir os mais fortes ventos, respirar os mais puros ares.

Não falar, pode ser o maior discurso a se passar.
E um gesto, pode ser a razão para que um alguém  possa se levantar.
Não falar, pode ser aceitar.
E  um gesto, pode com tudo começar, mas também com tudo terminar.
Sem falar, conquistamos com um olhar.
Com um gesto, podemos as vezes milhares salvar.

Felizes, são aqueles que discutem e vencem,
sempre à debater e à falar.
Mas, felizes mesmo, são os que sabem se calar.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Subsolo do Brasil


Lágrimas, revoluções, tiro, discussões, morte, decepções;
este é meu mundo, realidade dói e vai rasgando corações.
Normal é imaginação e ideias a mil,
mas minha infância foi na mais bela favela do grande Brasil.
Religião, falsa esperança, cega confiança,
mas o que posso dizer?
Passei dos 16, tenho só que agradecer,
não tenho o quê comer, mas do que adianta ter?
Se amanhã já nem sei se ainda vou viver.


Cabeça erguida, vivo sempre o presente,
sem olhar para o passado,
pois onde eu moro quem pensa muito tá ferrado.
Não olho pro futuro,
pois o que vejo é só um furo. Um buraco.
Pois se eu viver já vou tá no fundo do poço,
pro Brasil é um desgosto,
mas vai morar num lugar onde na rua ninguém mostra o rosto.


Todos falam como se soubesse,
como é morar num lugar onde junto com a noite, o medo também desce.
E continua, pela madrugada,
mãe chorando por ter uma filha drogada;
chacina, muitos tiros e a rua pelos corpos foi tomada.
 É, pode crer,
mesmo você, que se diz cabeça firme, que não pode ser influenciado,
se tivesse aqui se vendia pra comprar do nosso baseado.


É, infelizmente esse aqui é meu lugar,
só quando morrer que vou poder respirar, descansar.
E finalmente poder sonhar,
pois nesse mundo de "realidade",
ninguém olha pro lado,
muito menos pro meu subsolo de verdade.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Silêncio libertino

Hoje, o silêncio é a única coisa que me resta.
Largada proximo às garrafas do esquecimento.
Das garrafas do sofrimento.
Das garrafas que me fazem delírios ter,
e prazeres ver, no meio do meu eterno sofrer.


Silêncio, melodia de grande harmonia,
música de perfeita sinfonia.


Silêncio, fortes palavras no ar,
fazendo o mais bravo de todos se calar.


Silêncio, frieza no total calor,
maior demonstração de amor.


Silêncio, um discurso aos berros do sofrer,
e só os poucos que ouvem, podem ver.


Silêncio; ilimitado.
ação de milhares significados.


E hoje, neste silêncio, nesta noite de puro breu,
saio levando tudo o que é meu.


Hoje, nesta bela noite,
hoje, neste maravilhoso silêncio,
hoje, no maior bom senso,
está certo.
Hoje, eu me liberto.

Sozinhos

Todos precisam de um sonho para sobreviver,

mas nós não nos permitimos sonhar,

e eles não nos deixam esperanças guardar.

Nos fazendo prisioneiros em nosso próprio lar,

nos fazendo lembrar de que estivemos, estamos, e sozinhos sempre vamos estar.

Sem ninguém para amar ou ser amado,

pelo simples fato de que nada está, nem nunca estará, do nosso agrado.

Muitas vezes desprezamos nobres sentimentos,

um olhar, um tom de voz, um beijo de boa noite,

coisas que dizemos ser parte de nosso fatídico dia-a-dia, sem sequer imaginar quantos milhares de seres humanos sonham com um dia isso alcançar.

Mas mesmo assim, com carinho ou sem carinho,

todos nós, seres, se sentem quase a todo momento sozinhos.

Hoje é assim.

E como todos os dias serão,

inverno ou verão, primavera, outono, em qualquer estação.

E o irônico é que todos nós, todos os seis bilhões e novecentos milhões de seres humanos, assim se sentem.

Sozinhos. Mesmo com tantos a nossa volta.

Sozinhos. Formando uma grande escolta.





Tristinhos, mesquinhos, sozinhos.

De novo, continuo

De novo me encontro nesse inferno de discussão,
de novo me encontro com o coração na mão.
Agredida novamente, fisicamente, verbalmente; infelizmente.

De novo choro por dentro, e por fora.
E de novo, de nada isso adianta.
De novo rezo para que eu morra naquele instante, para que eu não precise mais ficar nessa situação agoniante.


De novo estou aqui, no fundo do poço.
De novo sinto que sou apenas pele e osso,
pois tudo o que havia dentro de mim foi arrancado, triturado e queimado.

De novo sinto meus olhos arderem de lágrimas.
De novo minha língua pingando de ódio.
De novo minhas mãos se fecham para atacar,
mas volto atrás, e continuo a me calar.

De novo, escolho nada falar.
E de novo abaixo minha cabeça para me retirar,
e continuar a trabalhar.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Pequenas realidades

Sinto que hoje choverá.
Sinto que um dia a natureza, de nós, se libertará.
Sinto a morte tão perto, como se eu a pudesse sentir.
Sinto a tristeza dentro de mim, sempre a rir.
Sinto meu corpo com pouco sangue e muito álcool.
Sinto minha pele sendo queimada pelo Sol.

Ouço as risadas das crianças,
Ouço um grito de socorro, um grito de esperança.
Ouço o som que faz o violeiro,
Ouço as lamentações de um pobre carteiro.
Ouço o vento soprar, forte, quase a me derrubar.
Ouço os soluços de choro de uma moça no bar.

Vejo a Lua cair, e o dia a clarear.
Vejo sangue enfeitando qualquer lugar, desde as favelas até as mais belas mansões.
Vejo discussões e brigas entre família, como se fossem entre heróis e violões.
Vejo a tristeza, a pobreza, na frente de muitos, porém todos fingindo essas coisas não enxergar.
Vejo a espera eterna, até a ajuda resolver chegar,
enquanto isso, só o que resta é acreditar.

Acreditar em um país melhor, não financeiramente, ou politicamente falando, quer dizer, também,
mas, acreditar, que um dia teremos um povo que vai além,
além das aparências, além das roças, além das religiões, além das rebeliões.
Um povo que vai além do falar, que faz acontecer.
Um povo que, unido, consegue crescer.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Conceito de sentir

Como é,
passar uma tarde ensolarada de sábado deitado na grama ouvindo apenas o canto dos pássaros e sua própria respiração?
Como é,
deitar-se perto da pessoa que ama, e poder ouvir as batidas de seu coração?
Como é,
virar a noite acordado, olhando para o mar, e se sentindo tão livre como se pudesse voar?
Como é,
cantar de baixo do chuveiro, e com nada, naquele momento, se preocupar?
Como é,
ter alguém para amar e ser amado?
Como é,
ter alguém que te ouça, e entenda seu lado?
Como é,
após anos, uma pessoa querida reencontrar e abraçá-la sem nenhuma intenção de soltá-la?
Como é,
beber uma garrafa de vinho, conversando com seus amigos, na sala?
Como é,
ter alguém com quem você se sinta bem, e tenha a sensação de que esta sim, é uma real amizade?
Como é,
sentir a dor, o amor, a saudade, a felicidade?
Confesso que sei como são as sensações de grande parte dessas situações..
Porém, nem todas as palavras do mundo podem descrever as misturas de emoções daquele instante.
Pois não se sabe bem ao certo o quê se sente naquele momento,
Você apenas sabe que se o mundo acabasse naquele momento, naquele dia, você realmente não se importaria.